quinta-feira, 31 de maio de 2012



Oficina de grafiti no CAC – UFRRJ, primeiro semestre 2010
Na foto, Pedro, Tiger boys, “ menino bala”
Trabalhar com arte e educação me faz pensar em uma mistura de expedição com aventura, pois me faz perceber dois momentos de natureza distintas e complementares, a objetividade e a subjetividade, não sempre nessa ordem, principalmente se tratando de grafiti, que na maioria das vezes seus praticantes começam sem um professor, a partir da sua vontade e atitude, que é essencial pra quem deseja pintar nas ruas.
Muitos se sentem presos quando  lhes é apresentado regras para um fazer artístico, e logo todos declaram querer fazer do seu jeito, como forma de afirmar uma identidade, mas os que se aprofundam no estudo da linguagem, acabam por se apropriar dela, compreendendo seu funcionamento, e a se movimentar em seu interior descobrindo que seus caminhos são infinitos.
É como caminhar numa trilha encontrando os rastros dos que passaram por ali, e deixando suas próprias marcas, até chegar na beira de uma cachoeira de 15 metros sem rota alternativa, aventura!
Pouco depois eu sai da oficina de grafiti, achava que outra pessoa poderia abrir possibilidades com outro ponto de vista sobre o tema. Enquanto professor, eu buscava apresentar um conteúdo básico fruto da minha experiência com grafiti, e tentava enxergar em cada um suas potencialidades, hoje eu sinto falta desses momentos, e agradeço a todos que ali passaram alimentando aquelas horas que dedicamos a olhar pra nós mesmos, para descobrir nossas próprias demandas ao invés de só atender as demandas do mundo. O desafio árduo da arte é o de se expor, se mostrar, e vocês o fizeram com ímpeto e beleza, espero que a experiência tenha marcado a vocês tanto quanto a mim, máximo respeito.
QUIN

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